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Desfile cívico(foto:André Oliveira)

A homenagem ao pintor primitivista itagibense Waldomiro de Deus foi o ponto alto das comemorações dos 55 anos de aniversário de emancipação de Itagibá, no sul da Bahia, nesta quarta-feira (14). Waldomiro recebeu diversas homenagens de autoridades municipais e de crianças da rede municipal de ensino. “Estamos resgatando o legado dos que fazem e escrevem a história de Itagibá. O povo que não valoriza sua história e sua arte não valoriza a sua gente. Nosso município é um celeiro de talentos reconhecidos lá fora, a exemplo de Waldomiro, e que passam despercebido em nossa casa”, pontou o prefeito Marcos Barreto (Marquinhos). “Temos pessoas como Arlete (Sampaio) - que foi vice- governadora do Distrito Federal e ajudou o presidente a fundar o Partido dos Trabalhadores - e governos que passaram não davam importância”, disse.


A professora Jucélia Brito, que trabalha com crianças abordando arte, ficou emocionada com a presença de Waldomiro. “Aqui tem muitos artistas que podem vencer seguindo o exemplo de Waldomiro”. A artesã Elenilza Barbosa (Gule) disse ter o respeito e a confiança de um artista consagrado. Para o ex-prefeito Léo Quadros, “Waldomiro é a representação da humildade, valoriza a todos e sempre está se referindo as suas raízes”. A secretaria da Educação e Cultura, professora Elinéa Souza, destacou a importância do artista da terra. “Itagibá está presente no mundo com as obras retratadas por Waldomiro”. O ex-prefeito José Fernandes disse “que Waldomiro é de Deus até no nome”
Homenagem a Waldomiro de Deus(foto: André Oliveira)



Waldomiro de Deus

Nascido em Itagibá em 1944, Waldomiro é o terceiro de nove filhos de pequenos agricultores. Com os pais e irmãos, viveu numa casa de pau a pique. Em 1958, aos 14 anos, como ocorria com milhares de nordestinos, resolveu tentar a vida em São Paulo. Viajou em um pau-de-arara com mais 30 pessoas. Na grande cidade, dormiu na rua, em bancos no Largo da Concórdia, no centro da capital paulista. Encontrou a generosidade de um guarda civil que o levou a morar com ele e esposa em Osasco, cidade da Grande São Paulo. A generosidade do guarda foi além: Ele deu a Waldomiro um instrumento de trabalho, uma caixa de engraxate. Na casa do guarda permaneceu por três anos. Aos 17 anos trabalhou como jardineiro do antiquário Pierre Zacoppe. Neste lugar, encontrou guaches, cartolina e pincel. Foi despedido. Pintava até altas horas da noite, durante o dia, o sono. 


Foi o compositor Teodoro Nogueira que se interessou pelas obras de Waldomiro. Ele o levou para a redação de um jornal onde conheceu o folclorista Rossini Tavares de Lima. Tornou-se amigo do jornalista Américo Pellegrino Filho. Rossini e Pellegrini convidaram Waldomiro a expor seus quadros na Feira de Artigos Típicos Brasileiros. Ficou amigo de Mário Schenberg, professor da USP, que se tornou seu conselheiro intelectual. Waldomiro já realizou dezenas de exposições ao redor do mundo. Brasil, França, Rússia, Inglaterra, Estados Unidos, Itália, Bélgica e Alemanha. Aonde vai, leva o nome de sua terra, Itagibá. Giro Ipiaú



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