Em Londres quem quiser desabafar sobre qualquer assunto, é só levar um banquinho a um parque público, subir e soltar o verbo.
Sem medo e sem censura, as pessoas de lá falam de angústias, medos e insatisfações, e retornam às suas rotinas mais leves e felizes.
No mundo inteiro, as pessoas se quiserem, é só abrir o computador e soltar o verbo.
O problema é o espírito de autocrítica. Aquela coisa indefinida que sentimos quando vamos nos expor de alguma forma.
Além desta autocrítica natural, o brasileiro principalmente, ainda padece de mais um agravante; o medo atávico de contrariar interesses!
Este velho aspecto da sociedade brasileira, que alguns fingem suprimido, ainda é registrado com muita clareza nas camadas menos favorecidas, sobretudo, nas pequenas cidades do interior brasileiro.
Corroborando esta opinião cito como exemplo a cidade de Itagi, onde moro. Por aqui, as pessoas só fazem quaisquer críticas anonimamente, ou a boca miúda.
Tal comportamento se estende por todo o país e em todos os aspectos da vida.
Só muito recentemente começamos a nos manifestar em grupos. Mas agora precisamos do protesto individual, que é a prova inconteste da coragem e maturidade de um povo.
Refiro-me ao protesto saudável e responsável, de interesse coletivo.
Porque de modo geral, as pessoas ainda se calam resignadas diante do caos administrativo, da falta de segurança, da falência da saúde pública e da inoperância do estado.
Individualmente é como se ainda vivêssemos sob o jugo da opressão, em regimes autocráticos, totalitários.
Na selva asiática até hoje são encontrados soldados vietnamitas fugindo dos horrores de uma guerra, a guerra do Vietnã, que terminou há mais de quarenta anos.
São as vítimas da opressão, traumatizadas por bárbaras colonizações, sanguinárias ditaduras militares e vaidosas oligarquias.
É o império da força, que infelizmente continua torturando assustados sobreviventes mundo afora.
Até a próxima.
Fernando Serra Azul.
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