Produtores de leite de Ipiaú, Itagi, Itagibá, Aiquara e outros municípios da região, foram surpreendidos com o súbito comunicado de suspensão de operação da empresa “SABE Alimentos” gerenciadora da marca “Leite SABE”, nesta bacia leiteira do sul e sudoeste baiano. A decisão indica prejuízos incalculáveis tanto aos lacticultores quanto à economia regional tendo em vista o grande volume de investimentos que estes fizeram na compra de vacas leiteiras, instalações de equipamentos de ponta, formação de pastagens, etç. Tudo isso em decorrência da promessa de absorção da produção estimada em 20.000 litros/dia e a manutenção de um pagamento superior aos efetuados pela concorrência. ”O canto da sereia foi tão bem entoado que não deu tempo para desconfianças”, destacou um produtor que junto a outros 30 discutiam o problema em uma reunião, na tarde da última quinta-feira, 16, na Fazenda Baixa Alegre, zona rural de Ipiaú.
Enquanto buscava uma solução para minimizar o prejuízo decorrente da repentina decisão da empresa, os produtores não escondiam o sentimento de revolta e decepção. ”A Leite SABE, que não soube administrar com responsabilidade o compromisso assumido com nós. Fomos vítimas de um tremendo golpe”, José Afonso Silveira, proprietário de uma fazenda no município de Itagí. Em uma carta direcionada aos seus parceiros fornecedores a “SABE” nem sequer menciona em que data a coleta do leite seria interrompida, entretanto existem suspeitas de que isso ocorrerá neste sábado, 18. A empresa argumenta que na atual condição operacional ficou inviável a coleta de leite nesta região baiana, em virtude do alto custo operacional provocado pela quebra acentuada da sua frota de transporte do leite e as frequentes perdas do produto em função da qualidade do mesmo. Tais justificativas são tachadas pelos produtores como “medíocres e pouco convincentes”. Vale salientar que a indústria de laticínios da “SABE” se localiza no município Muribeca (SE), muito distante das principais bacias leiteiras, o que já é um fator bastante questionável. José Afonso Silveira informa que existe uma mobilização dos produtores, no sentido sensibilizar a empresa para o caos que está provocando, com a falta de compromisso e responsabilidade social, sendo necessária a permanência dela até que uma solução seja encontrada ou então ela venha ressarcir os produtores pelos prejuízos causados. "Estamos buscando articulações junto aos diversos órgãos de classe, como Sindicatos, Federação da Agricultura, CNA e toda a imprensa da Bahia, no sentido de fortalecer o movimento, tornando público a gravidade do fato. "(Giro/José Américo Castro).
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