Fernando Serra Azul: Entre o público e o privado.

É assustador ver pessoas cultas, bem informadas, bem posicionadas na sociedade, pessoas elegantes no andar e no vestir, verdadeiros lordes na aparência, mostrarem-se anacrônicas, mesquinhas, egoístas, deselegantes, ou, no mínimo inadequadas, em várias situações da vida.

Pessoas que a priori deveriam ser exemplos de cidadania, principalmente nos ambientes abertos, nos espaços públicos, nas ruas, perante os mais simples, agindo arrogantemente como se o mundo fosse uma extensão de suas casas, como se todos fossem seus servos, enfim, vivendo como estúpidas caricaturas de reis e rainhas, da idade média.

São os chiques ignorantes, os que desconhecem os direitos individuais, e vivem uma vida sem limites.

São atitudes que chocam. Chocam pela arrogância, pela estupidez, chocam pela infringência à normas elementares, chocam pelo desrespeitar geral. Chocam principalmente por confundir o meu com o seu, o seu com o nosso!

Neste nebuloso universo comportamental, as maiores perturbações sociológicas, ocorrem com mais frequência, justamente, na fronteira entre o público e o privado. .

Pessoas que estacionam veículos em calçadas, utilizam vagas reservadas para deficientes físicos, param carros em fila dupla, buzinam acintosamente, e mais, param em cima da faixa de pedestres, dirigem alcoolizadas... contribuindo desta forma, para aumentar o nervosismo das pessoas.

Pessoas que carregam cachorros pelas praias, pelas praças públicas, sem se preocuparem com os respectivos excrementos, passeiam com animais de porte avantajado, sem a mínima segurança. Criaturas que exibem cães amedrontadores, que latem raivosamente contra as pessoas, e nada fazem para coibir seus animais!

Pessoas que ligam som, no último volume, sem se preocupar com horários, ou, com o que for.

Enfim, pessoas insensíveis, folgadas, espaçosas, mal educadas, estúpidas e grosseiras, seres que vivem num autismo permanente, no mundo da lua, como se fossem as criaturas mais perfeitas do universo!

Até a próxima.