O juiz Maurício Álvares Barra, da comarca de Una, no sul da Bahia, solicitou a transferência do Rosivaldo Ferreira Silva, mais conhecido como 'cacique Babau', para o presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus. Suspeito de participar do assassinato do agricultor Juraci Santana, 44 anos, Babau se entregou à Polícia Federal, em Brasília, na quinta-feira (24). Ele permanece sob custódia, em uma cela separada, até a transferência, que deve ocorrer apenas na próxima semana. O juiz informou que a transferência para o presídio na Bahia tem como objetivo “possibilitar a instrução do inquérito policial”. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), os advogados de Babau já ingressaram com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). Babau se entregou à polícia após participar de audiência na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. A prisão temporária do cacique foi decretada pela Vara Criminal da Justiça Estadual de Una em 20 de fevereiro. Ele negou participação no crime. "Está havendo uma ação orquestrada contra a nação indígena. Vou me entregar [à PF] oficialmente aqui [em Brasília] e vamos ver o que vão fazer comigo. Não estou foragido. Vou me entregar para resolver o mal-entendido”, disse o cacique à Agência Brasil, antes de ir à sede da PF. Babau é um dos líderes da tribo Tupinambá de Olivença, que vive na região de Mata Atlântica, no sul da Bahia. Segundo o secretário executivo do CIMI, Cleber Buzatto, a decisão de se apresentar à PF em Brasília e não à Justiça da Bahia se deve ao temor de que o cacique sofresse um atentado.
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