A epilepsia é um transtorno cerebral que causa convulsões. Estas crises epiléticas ocorrem com episódios de alteração da atividade cerebral, que produzem mudanças na atenção ou no comportamento.
Quando ocorrem alterações permanentes no tecido cerebral, ocorre a epilepsia. As mudanças fazem com que o cérebro se encontre agitado, por isso são geradas crises recorrentes, as quais não podem ser previstas.
As causas podem ser transtornos ou lesões do cérebro, mas também pode ser devido a causas desconhecidas. Entre as causas mais conhecidas se destacam: acidente vascular cerebral, demência senil, tumores, lesões cerebrais, distúrbios metabólicos ou infecções, entre outras. Embora as crises possam acontecer em qualquer idade, é mais comum que aconteçam entre 5 e 20 anos.
A crise epilética depende da parte afetada do cérebro e da causa que a provoca. Os sintomas variam de pessoa para pessoa: algumas sofrem convulsões violentas e perda de consciência, outras sentem uma sensação estranha, anterior a cada convulsão, denominada aura, na qual se gera formigamento, odores que não existem ou alterações emocionais. É possível distinguir:
1. Ausências típicas ou crise de ausência. É uma alteração breve, menos de 15 segundos da função cerebral, devido à atividade elétrica anormal no cérebro e são comuns em pessoas com menos de 20 anos de idade; podem ocorrer muitas vezes ao dia ou passar meses sem que apareça; interferem com a aprendizagem ou desempenho escolar, o que pode confundido com o déficit de atenção.
2. Crises tônico-clônicas generalizadas. É uma crise epilética que compromete todo o corpo. Pode ocorrer em qualquer idade. Pode ocorrer apenas uma vez ou pode ser repetitiva e produzir alterações sensoriais, alucinações ou tonturas antes de uma convulsão (aura), assim como rigidez muscular, perda de consciência e contrações musculares.
3. Crises parciais. As crises epiléticas parciais ocorrem quando a atividade elétrica permanece em uma área limitada do cérebro. As convulsões, algumas vezes podem se transformar em crises generalizadas, as quais afetam todo o cérebro, chamada generalização secundária.

As Crises Epiléticas Parciais Podem Ser Divididas Em:

  • Simples, que não afetam a consciência nem a memória.
  • Complexas, que afetam o comportamento e a consciência ou a memória dos acontecimentos anteriores, durante e após a crise.
Geralmente ocorrem contrações musculares, giros dos olhos, sensações anormais, alucinações, sudorese, náuseas, frequência cardíaca acelerada ou dor abdominal, entre outros.
O transtorno cerebral crônico da epilepsia se caracteriza pela repetição da crise, devido à descarga excessiva dos neurônios cerebrais e que geralmente estão associadas a outros sintomas.
Em crises epilépticas aparecem fenômenos bruscos e transitórios, que incluem alterações da consciência, motoras, sensoriais e psicológicas, como convulsões, confusão, perda de consciência ou espasmos musculares.
O primeiro passo para iniciar um tratamento apropriado da epilepsia, é realizar um diagnóstico correto. A maioria das repetições ocorre ao longo dos dois primeiros anos, mas nem todas as pessoas que tenham sofrido uma convulsão, devem tomar medicação, já que algumas delas são devido a um gatilho ou um efeito secundário, para isso é suficiente eliminar a causa.
Geralmente, trata-se a epilepsia com apenas um medicamento, utilizando a dose eficaz mínima, que é calculada com base na idade e peso do paciente, iniciando o tratamento de forma lenta e progressiva, aumentando as doses ao longo do dia, de modo que o paciente se habitue ao medicamento e assim evite reações adversas. Sugerimos que as doses coincidam com as refeições, para evitar a possível ocorrência de sintomas gastrointestinais.
Quando se esgotarem as possibilidades farmacológicas, se recorre a um possível tratamento cirúrgico, mas apenas é indicado para 10-25% das pessoas que não respondem à terapia medicamentosa, existem três tipos de técnicas cirúrgicas:
  • Remoção da área do cérebro onde se desencadeiam as crises, sempre que o foco tenha sido identificado.
  • Desconexão da área do cérebro onde as crises são desencadeadas.
  • Calosotomia: indicada para aqueles casos de focos múltiplos com crises incontroláveis.
  • Seção de conexões nervosas cerebrais múltiplas.
  • Procedimentos como a estimulação do nervo vago ou radio cirurgia estereotáxica.
Outro tratamento aplicado para epilepsia é o monitoramento da dieta cetogênica, com alto teor de proteínas e gorduras e pobre em carboidratos, de tal forma que se produza no organismo a chamada Cetose, que parece prevenir em crianças as crises epiléticas, mas afetam o funcionamento intelectual da criança.
A dieta cetogênica deve ser individualizada, prescrita e controlada pelo médico, embora possa ser benéfica em alguns casos, devido ao tratamento dietético é incompatível com o desenvolvimento saudável e tem muitos efeitos colaterais.
Fonte: Saudedicas