Didi Araújo: PROBLEMAS NO TRANSPORTE UNIVERSITÁRIO DE ITAGI

Há uma Lei Federal, de n° 12.816/13, que autoriza os municípios a utilizarem o transporte escolar municipal por estudantes universitários. Essa Lei corrige a seguinte incoerência: Ônibus doados pelo Governo Federal não poderiam ser usados pelos estudantes universitários, mesmo sendo a União responsável pelo ensino superior. Foi uma vitória para os estudantes universitários, do Brasil inteiro, que dependem desse transporte.

Os estudantes universitários de Itagi, no ano 2009, tornaram oficial (CNPJ, etc.) uma associação (antes do ano de 2009 a associação funcionava informalmente) criada por eles para viabilizarem a ida para as universidades de Jequié. Funcionava assim: Os estudantes pagavam o motorista e a manutenção do ônibus (apelidado de “Azulão”), a prefeitura pagava o combustível.

O “Azulão” é (e a cada dia que passa é mais ainda) um ônibus defasado, de difícil e onerosa manutenção, de consumo alto em combustível e não oferece as mínimas condições de segurança. Assim sendo, os estudantes passaram a usar um dos ônibus amarelos (apelidado de “Canarinho”) que por ser mais moderno e tecnológico atende perfeitamente à segurança e custos.

A partir de 2014 a Prefeitura, alegando contenção de despesas, deixa o pagamento de 50% do gasto com combustível como obrigação da associação dos estudantes, além do já citado pagamento ao motorista e outros gastos. Ontem, dia 09 de julho de 2014, por volta das 17 horas, os estudantes estavam esperando o ônibus para se deslocarem para Jequié, quando receberam a seguinte notícia: “O ônibus não pode sair para Jequié com menos de dez alunos”. Essa ordem teria partido da Secretaria de Administração, segundo uns ou da Secretaria de Educação, segundo outros.

Como cidadão de Itagi e membro da Associação, considero abusiva a citada proibição. Que critério foi usado? De quem partiu essa ordem? O transporte escolar e alunos, em todos os âmbitos, devem ser considerados como prioridade absoluta. Percebam o que é sair de casa às 17 horas e retornar à meia-noite para estudar, enfrentar todos os dias a estrada que nos liga à Jequié, pagar os custos acertados e desacertados e ainda ter que ouvir que, em pleno mês atípico (Copa do Mundo, festas juninas, recesso em algumas universidades, etc.), que estamos proibidos (sabe-se lá de quem partiu essa incongruência) de ir à universidade se formos inferiores a dez. É mole?

Considero ainda que a Prefeitura (via Secretaria de Educação), deva se empenhar em fazer justiça aos universitários e cursistas, pois além de serem heróis, já são, e serão mais ainda quando se formarem, importantíssimos para Itagi. Não seria favor nenhum. Isso é obrigação, está na lei.