Itagi : Projeto "Quanto vale a vida ?."

Foi apresentado na última quinta-feira (17), na Prefeitura Municipal de Itagi, o projeto “Quanto vale a vida”, elaborado pelo corpo docente do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães.

O Projeto tem como objetivo investigar as causas e consequências da degradação ambiental no Rio das Pedras, bem como promover meios para buscar possíveis soluções.

Na ocasião o Prefeito Railton de Oliveira Ramos se comprometeu a ser mais um parceiro na execução do projeto.

Para dar continuidade ao projeto, será realizada no dia 24 de outubro, às 7h a primeira visita a nascente do Rio das Pedras.

Apresentação do projeto aos alunos do CELEM 

TEMA: A degradação ambiental no Rio das Pedras e suas implicações junto à comunidade de Itagi – BA.

PROBLEMA: A ausência das matas ciliares, a extração de rochas, o esgoto doméstico e o descarte de resíduos sólidos no leito do rio podem provocar sua extinção?

OBJETIVO GERAL: Investigar as causas e consequências da degradação ambiental no Rio das Pedras, bem como promover meios para buscar possíveis soluções.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

·         Monitorar o volume de água das nascentes do Rio das Pedras;

·         Sensibilizar os sitiantes e fazendeiros da importância da preservação da nascente;

·         Identificar as causas reais para o problema;

·         Estabelecer metas para melhoria da despoluição do rio;

·         Buscar parcerias com a Secretaria de Educação, Secretaria de Agricultura, EMBASA, Câmara de Vereadores, UESB e comunidade na perspectiva de encontrar possíveis soluções para o problema 

·         Promover o protagonismo juvenil;

·         Estimular nos alunos o senso de investigação e cooperação.

·         Promover uma audiência pública, orientada pelos professores e executada pelos estudantes, sobre o Rio das Pedras de ontem, de hoje e de amanhã.

JUSTIFICATIVA:

            O planeta Terra, já foi cantado, na canção de Guilherme Arantes, como planeta Água. Os oceanos ocupam cerca de 70% de sua superfície, com um volume total estimado em 1370 milhões de quilômetros cúbicos e ainda assim 30% de seus habitantes humanos já sofrem com a falta desse líquido indispensável a vida.

A prefeitura de Itagi adotou como slogan de gestão a “cidade das águas”. O hino de Itagi faz referência aos rios e cachoeiras do município. Mas existe a necessidade de repensar os conceitos, construir novos discursos, interagir a ação de cantar ao ato de educar, para preservar e assumir uma postura condizente com a realidade que o Rio das Pedras apresenta.

Utilizar os recursos naturais sem comprometer as gerações futuras e a sustentabilidade, palavra que define a responsabilidade de todos com o planeta. A finalidade principal deste projeto, é junto à comunidade escolar intervir na recuperação do nível das águas do Rio das Pedras.

O desaparecimento do Rio das Pedras implicará em graves problemas para o município. A água que a Embasa capta para tratamento e abastecimento vem deste rio. Se o rio desaparecer, como a Embasa continuará fornecendo água a população?

A cidade surgiu em torno deste rio. Como não existe uma rede de tratamento de esgoto na cidade, praticamente todo o esgoto doméstico é despejado no rio e as suas águas levam o esgoto embora, minimizando os problemas da inexistência de uma rede de tratamento.

REFERENCIAL TEÓRICO

Para Capra (1983, p. 11), existe uma ameaça significativa de extinção da vida humana na Terra. Segundo Cachapuz e et al. (2011, p. 151) a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, exigiu uma ação decidida dos educadores para que os cidadãos e cidadãs tomem consciência dos problemas ambientais e possam participar na tomada de decisões de uma forma fundamentada.

Cachapuz chama atenção dos educadores para a situação de emergência planetária. Segundo este autor a degradação ambiental promovida pela espécie humana ameaça a diversidade cultural.  Para Cachapuz os professores educam os jovens como se não houvesse uma emergência planetária.

“Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Então, eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida” (BRASIL, 2012, p. 01).

A escola necessita “romper o divórcio” ou o distanciamento entre os conteúdos das áreas e aqueles que os alunos percebem e adquirem por meio de suas experiências diárias em contato com a realidade. (TEXEIRA, 2003, p. 89)

METODOLOGIA

            A presente pesquisa está configurada como qualitativa na qual o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes. (MINAYO, 2010, p. 21). Entretanto, esta pesquisa também apresenta um caráter quantitativo, pois pretende traduzir em números as informações sobre o volume de água das nascentes do Rio da Pedras durante 2 anos.

            A pesquisa será realizada com os professores e estudantes do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães e do Colégio Municipal Conselheiro Junqueira Aires. 

            Esta pesquisa será desenvolvida em etapas. A primeira etapa consiste no processo de sensibilização para a realização da pesquisa. Os pesquisadores (professores e estudantes) visitam as nascentes do rio das pedras, recolhem amostra de água da nascente e do leito do rio, entrevistam os moradores que vivem próximo as nascentes e o proprietário da fazenda na qual as nascentes em estão localizadas. Durante as aulas da quarta unidade do ano letivo de 2014, os pesquisadores (professores e estudantes) estudam profundamente os conteúdos relacionados com o projeto, analisam dos dados coletados e apresentam este projeto e os resultados preliminares para a sociedade Itagiense na primeira audiência pública sobre o Rio das Pedras.

            A segunda etapa consiste no monitoramento do volume das nascentes durante os anos de 2015 e 2016. O monitoramento consiste em mensurar o volume de água. Durante este período, os pesquisadores continuam produzindo conhecimento sobre o Rio das Pedras de ontem, hoje e amanhã, buscando identificar as causas e consequências da degradação ambiental.

            A terceira e última etapa implica na realização da segunda audiência sobre essa temática. Os pesquisadores (professores e estudantes) apresentam os resultados do monitoramento, assim como, as causas e consequências da degradação ambiental no Rio das Pedras. Este evento deverá ocorre no mês de setembro de 2016.

AVALIAÇÃO

            Este projeto foi construído de forma colaborativa, e pode ser reformulado quantas vezes for necessário. A avaliação é formativa, será realizada pelos pesquisadores (alunos e professores), acontecerá durante todo o processo com a finalidade de aperfeiçoá-lo tendo em vista os objetivos propostos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Formando COM-VIDAS: Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola. Construindo: Agenda 21 na Escola. Ed: 3, Brasília, 2012 p.6, p.17.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1988. p. 80.

CACHAPUZ, A. et al. A necessária renovação do ensino de ciências. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1983.

MINAYO, M.C.S. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 29 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

TEXEIRA, P.M.M. Temas Emergentes e Educação Científica. Ed. UESB. 2003, p. 89.